
NOSSO ESTANDARTE
O uso de estandartes remonta a antigas tradições de civilizações, legiões romanas, famílias europeias e ordens como a dos Templários, servindo para:
Identificação a presença, posição e território de um grupo.
É difícil precisar uma data exata para o início do uso do estandarte na Maçonaria, mas seu costume é considerado antigo (imemorial), tendo sido herdado das agremiações de ofício da Idade Média (as guildas).
Na Maçonaria Moderna (ou Especulativa), que se institucionalizou formalmente no século XVIII (com a formação da Grande Loja da Inglaterra em 1717), o estandarte continuou a ser adotado como a insígnia que identifica a Loja como uma corporação maçônica, sendo um uso e costume mantido até os dias atuais em todas as Lojas.
Nessas tradições, o estandarte manteve essa função de insígnia representativa da Loja, carregada em sessões magnas e eventos. O cargo de Porta-Estandarte existe para guardar e transportar esse símbolo com honra.
💎 O que Ele Representa
O estandarte é, essencialmente, a identidade e a "bandeira" da Loja, e representa vários elementos-chave: Identidade da Loja: Contém o nome, o número e, frequentemente, um lema específico daquela oficina.
Jurisdição: Indica a Potência (Obediência) à qual a Loja está jurisdicionada, determinando sua regularidade e pertencimento. Um ponto focal de honra e respeito que nos une, reforçando a fraternidade e o senso de pertencimento de nossa loja levando onde que fomos a carga moral, filosófica e espiritual da Maçonaria e da história da nossa Loja.

A Forma e a Cor: Realeza, Céu e Eternidade.
A Coroa (O Círculo): A coroa, na Maçonaria e na heráldica, é o emblema da Soberania, Perfeição e Autoridade. Sua forma circular simboliza a Eternidade e o Infinito, sem começo nem fim, o poder que transcende o tempo.
A Coroa não é dada por nascimento, mas conquistada pela virtude e pelo trabalho. Ela representa o Triunfo do Mestre que completou o ciclo de Aprendizagem e domina a si mesmo.
A Banda Azul (O Céu Superior): A cor azul celeste não é apenas a cor de um dos pilares do Templo (a Sabedoria), mas é a cor do Éter, do Infinito, do Conhecimento Elevado.
Simboliza que a Sabedoria (Sophia) é de origem celestial e pura. A Irmã Maçom, coroada com o azul, é uma Rainha, dedicada à busca dos ideais mais elevados.
O Simbolismo Numérico das Estrelas Douradas
Ele é a soma de Três (o Princípio Divino) e Três (o Princípio Humano). Seis é a base do Hexagrama (Selo de Salomão), a estrela de seis pontas, que é o símbolo da União Perfeita entre o Céu (Triângulo com o ápice para cima) e a Terra (Triângulo com o ápice para baixo).
A Coroa ensina que a Soberania e a Sabedoria (Sophia) são alcançadas quando a Maçom consegue harmonizar perfeitamente o Espírito com a Matéria, o Pensamento com a Ação. É o Equilíbrio Cósmico.
Os Seis Dias da Criação: Simboliza o Trabalho Completo (a Obra da Criação). A Irmã Maçom coroada com as Seis Estrelas completou seu ciclo de trabalho inicial, poliu sua Pedra Bruta e pode, então, descansar no Sábado (o Sétimo Dia - a Perfeição).
O Ouro e o Resplendor
As Estrelas Douradas: O ouro é o metal mais puro na Alquimia, representando a Perfeição e a Imortalidade.
As estrelas são pontos de Luz (o Conhecimento), afirmando que a Sabedoria não é vaga, mas é composta por verdades específicas e brilhantes que guiam o Iniciado.
A Coroa Estelar e a Visão Gnóstica
A presença da Coroa Estelar no ápice, logo acima do Olho que Tudo Vê, tem uma profunda conotação feminina e gnóstica:
A Mulher Vestida de Sol: Na tradição apocalíptica e hermética, a Coroa Estelar é o emblema da "Mulher Vestida de Rainha dos Céus.
A Coroa Estelar declara que a Loja "Pistis Sophia" é consagrada ao Princípio Divino Feminino e que a Sabedoria alcançada por suas Irmãs as elevam a um estado de Realeza, tornando-as fontes de Luz e Patronesas de sua vida, de seus familiares e de sua casa.
A Recompensa da Sophia: A Coroa é a recompensa final. Ela representa a Glória que a alma (Pistis) alcança após sua longa jornada de sofrimento e busca ao retorno da luz.
A Maçom alcança sua coroação quando a Sabedoria se manifesta plenamente em sua vida.
A Sabedoria (Sophia), atingida pela harmonização da vontade (Chamas) e da razão (Livro), e guiada pelo Espírito (Pomba), vos confere a autoridade e a Soberania de uma Rainha, ligando o vosso trabalho terrestre à Perfeição dos Céus Estrelados.

O Olho que Tudo Vê (Olho da Providência)
No ápice, o Olho dentro do Triângulo Dourado, rodeado por um Glória e encimado por uma Coroa de Estrelas.
O Olho (Visão Interna): Não é apenas a vigilância do G.A.D.U., mas o Terceiro Olho, a Visão de Sophia. Representa a capacidade da Mulher Maçom de transcender a visão material (exotérica) e alcançar a Intuição Gnóstica (esotérica). É a faculdade que permite "ver" a verdade por trás do véu dos Mistérios.

A Pomba Branca: Pureza e o Sopro da Criação (Ruach)
Pureza e Inocência Maçônica: A cor branca e a própria ave simbolizam a Pureza Moral e a Inocência.
A Pomba exige que a Maçom trabalhe em um estado de coração limpo e livre de preconceitos (a Pistis pura) para poder receber e transmitir a Sabedoria (a Sophia).
O Sopro Divino (Ruach): Nas tradições hebraicas e gnósticas, o termo Ruach (Espírito, Sopro) é frequentemente associado ao Princípio Feminino.
O Sopro de Ruach é a Energia Vital que desce e anima o Templo do ser humano.
A Pomba, mediadora entre Céu e Terra: Posicionada entre o Olho no alto e o Cálice em baixo, a Pomba atua como a mediadora entre o Divino e o Humano.
Ela é a Via de Comunicação, o elo perdido entre a Mente Causal (o Olho) e o Coração Terreno (o Cálice).
Seu voo de asas abertas é um convite à liberação do espírito das amarras da matéria. Liberdade de pensamento, de consciência e de expressão, pilares essenciais de uma Loja Maçônica.
Elas afirmam que a Maçom, através da Sabedoria, alcança a Liberdade da Razão e a autonomia espiritual, não se prendendo a dogmas, mas buscando a verdade por si mesma.
A Velocidade da Ação: As asas em pleno voo também simbolizam a prontidão e a eficácia na ação.
A Maçom não deve apenas contemplar a Sabedoria (Sophia), mas deve agir prontamente e com diligência para manifestá-la em boas obras, apressando a construção do Templo Ideal da Humanidade.
Mensageira da Paz e da Fraternidade: Devemos sempre buscar a Harmonia e a União pois estas são as condições indispensáveis para o trabalho maçônico.
A Comunicação, o meio pelo qual a Pistis envia suas intenções ao Céu e pelo qual a Sophia retorna com a resposta, ou a Luz.

O Princípio Feminino de Recepção.
O Cálice, em sua forma, é o símbolo primordial do Princípio Passivo e Receptivo do Universo, o receptáculo, o Vaso Sagrado (Vessel), cuja função é receber, conter e preservar.
Na Maçonaria e no Hermetismo, ele representa o Coração da Maçom e sua Mente Receptiva (a Pistis), que deve estar disposta a receber o "vinho" da Sabedoria (a Sophia) e o "pão" da Luz. Sua pureza e integridade determinam a qualidade do que pode conter.
Para a "Pistis Sophia," é como o Cálice da taça lendária que contém a essência da vida espiritual. Ele simboliza a Alma da Iniciada que se torna digna de conter a Luz da Gnose. A busca pelo conhecimento é a busca incessante pela perfeição interior.
O Coração em Chamas: O Fogo Alquímico de Transmutação e o desejo ardente pelo conhecimento, mudança e tudo que transforma o bom em algo muito melhor. As chamas que coroam o Cálice transformam este símbolo de recepção em um Altar de Ação e Sacrifício.
O Fogo do Coração (O Ardor): O fogo, elemento purificador por excelência, simboliza a Vontade Ardente e a Paixão que deve animar a Maçom. Este não é o fogo destrutivo, mas o Fogo de Héstia ou Vesta z'o fogo sagrado do lar e do Altar que deve ser mantido aceso, representando a devoção à Ordem e ao G.A.D.U.
No sentido figurado, o Cálice em Chamas representa o Coração da Maçom.
A Maçonaria exige que o trabalho no Templo seja feito "de coração".
O fogo é a prova de que a dedicação não é superficial, mas profunda e emocionalmente investida.
É a luz da consciência que queima a ignorância e os vícios.
A Transmutação (A Alquimia): As chamas são o agente alquímico. Simbolizam o processo pelo qual a Pistis (Fé) se transforma em Sophia (Sabedoria). A Maçom utiliza o fogo da vontade para queimar as impurezas da Pedra Bruta (o ego, a dúvida, a vaidade), forjando o Ouro da Perfeição Moral dentro do Vaso (o Cálice) de sua própria alma.
A irmã como uma Guardiã do Fogo Sagrado que mantem o Vaso Digno, sempre limpo e pronto para receber a Luz.
A sabedoria só pode ser derramada em um recipiente sem mácula.
Sede a Chama Eterna: Com o ideal de não permitir que o fogo da vossa paixão pelo Conhecimento e pela Fraternidade se apague. Que o Ardor do vosso coração seja o farol que ilumina o caminho para vossas Irmãs e para o mundo.
O Cálice em Chamas é a representação da Mulher Maçom: Pura em sua receptividade e Poderosa em seu poder de transformação (o Fogo).

O Livro (Conhecimento Interior): O livro aberto não é apenas considerado como o Livro da Lei, mas o Livro da Vida e do Conhecimento Pessoal.
O conhecimento maçônico deve ser lido e vivido todos os dias colocando em prática todo o conhecimento adquirido em loja.

A forma da letra (Pi) é, em si, um símbolo geométrico de grande relevância moral para a Maçonaria:
O Dístico (As Colunas): Os dois traços verticais representam as Duas Colunas (J e B) que sustentam o Pórtico do Templo.
Estas colunas marcam o limite entre o mundo profano e o sagrado, entre a Ignorância e a Iniciação. Representam o Dualismo (Força e Estabilidade) que deve ser harmonizado pelo Maçom.
O Dintel (A Ligação Horizontal): O traço horizontal que une as duas colunas.
Esta linha é o Vínculo Fraternal, a Lei Moral,o Arco da Aliança que une todas as nossas irmãs em um unico objetivo. Maçonicamente, simboliza a Mente (ou Espírito) que deve dominar a Matéria, ligando o que é Alto ao que é Baixo.
A Porta Iniciática: No total, a letra PI forma um pórtico ou uma Porta.
Exotericamente, representa a Entrada no Templo, que só é permitida ao Candidato que manifesta a primeira qualidade: a Fé e a Confiança no caminho que está a trilhar. Na Loja "Pistis Sophia,"assume o peso da Pistis, que vai além da crença.
A Confiança no Processo Iniciático.
A Maçonaria é uma Ordem de Mistério, onde o conhecimento é revelado progressivamente, e não imposto.
A Irmã, ao ingressar, exerce a Pistis (Confiança) nas Irmãs, nos Mestres e no Rito.
Assim como a letra PI é um suporte arquitetônico, a Fé/Confiança é o pilar que sustenta o Templo Moral da mulher Maçom.
É a convicção inabalável na Verdade e na retidão de propósito, que impede a Irmã de ser desviada pelos vícios ou pelas dúvidas do mundo profano.
PI e o Símbolo Matemático (A Busca da Perfeição) A Ligação Hermética: Embora PI seja mais famoso como a constante matemática que relaciona o diâmetro de um círculo à sua circunferência este uso é profundamente maçônico.
O círculo, na Maçonaria, simboliza o Infinito, a eternidade e a perfeição do G.A.D.U.
A constante PI é o número que permite a transposição da perfeição circular para a limitação linear (a régua, o esquadro).
A Irmã Maçom, representada pela Pistis, é a ligação entre a Terra (o quadrado material) e o Céu (o círculo espiritual).
Ela usa a Fé/Confiança como a medida PI que a ajuda a aproximar-se da Perfeição Divina, mesmo estando confinada à finitude humana.
A Pistis não é passividade, mas a força ativa e intuitiva que permite à Mulher Maçom dar o primeiro passo na escuridão, sabendo que a Sabedoria (Sophia) é a Luz que a espera no fim do caminho.
O PI é o convite para construir sua vida sobre colunas de Confiança (Pistis) inabalável, para que você possa, através do trabalho, erguer o pilar da Sabedoria (Sophia).

A Forma de Cadeia ou Soma: Em matemática e lógica, o sigma (Σ) é o símbolo do Somatório mostrando como todas nós somos unidas.
Maçonicamente, representa o ponto onde todas as partes (as Aprendizes, Companheiras e Mestres) se juntam para formar o Todo (a Loja Iluminada).
A Forma remete à Kundalini ou ao fluxo da Energia Vital que a Maçom aprende a despertar e direcionar.
É a Serpente da Sabedoria (como encontrada no Caduceu de Hermes), o conhecimento antigo e oculto que se revela ao Iniciado. Simboliza que a Sabedoria é Dinâmica e Evolutiva, não estática.
(Σ) como Sophia (Sabedoria Divina) No contexto da Loja "Pistis Sophia," é o Pilar da Iluminação e o propósito da jornada:
A Sabedoria como Arquitetura Cósmica (A G.A.D.U. Feminina) Sophia como o Logos Feminino:
Na tradição gnóstica e cabalística Sophia é a Inteligência Divina que atua na matéria.
A Irmã Maçom, em sua busca pela (Σ) (Sophia), aspira a ser uma Arquiteta do seu próprio Destino e uma construtora moral da sociedade.
Ela não apenas soma conhecimentos, mas os integra em seu ser para manifestar um plano de vida perfeito.
A Irmã deve manter o equilíbrio entre o estudo diligente (a soma de conhecimentos) e a confiança humilde (a aceitação dos Mistérios).

O Formato Ogival (Vesica Piscis)
O brasão está contido em uma forma alongada, esotericamente como Vesica Piscis ou Mandorla (emblema da Virgem Maria e dos Santos).
O Útero Cósmico: Em um contexto feminino, a representação do Útero Cósmico, o lugar de geração e regeneração.
A Maçom não apenas recebe a Luz, mas a gesta, transformando o conhecimento em virtude e manifestando a Sabedoria de forma prática no mundo.
Este formato é o mais antigo símbolo de Yoni (o princípio gerador feminino), representando o portal da vida, o ventre sagrado e o útero cósmico.
Maçonicamente, ele simboliza o Portal da Iniciação, o lugar onde o profano morre e o Iniciado, a nova Irmã, renasce.
É chamada de VESCICA PISCIS e simboliza o verbo divino, os egípcios acreditavam que de seu interior surgiram os Números, os 7 sons fundamentais, as Letras e toda a sabedoria da criação.
Tem a mesma forma do olho e da boca humanos em seu interior cabem exatamente 2 triângulos equiláteros que ao estarem contidos em um retângulo são a base da proporção áurea a divina proporção.
A VESCICA PISCIS é um espaço compartilhando a interseção entre a esfera inicial e a nova gerada a sua borda.
A partir dessa nova esfera conhecida repetem-se sucessivamente os movimentos em direção a borda exterior para gerar outra esfera, cada uma delas é uma nova dimensão, um novo som na escala musical, uma nova cor na escala cromática.
Quando se chega na sétima e última esfera com a qual se encerra o 1º ciclo e se completa a semente da vida 7 esferas, 7 dias da semana, 7 notas musicais, 7 cores espectrais, o coração tem 7 capas de músculos, 7 camadas de pele na barriga da gestante, 7 chacras, 7 sistemas de glândulas endócrinas.
Esse padrão se repete infinitamente. E então Temos a 1º SEPHIROTH.